Aqui o autor - Dieter Dellinger - ex-redator da Revista de Marinha - dedica-se à História Náutica, aos Navios e Marinha e apresenta o seu livro "Um Século de Guerra no Mar"
Terça-feira, 1 de Abril de 2014
Dieter Dellinger: Israel reforça Marinha para Explorar Gás Natural na sua Costa

 

 

Israel terá já contratado secretamente com a Alemanha a aquisição de dois navios do tipo corveta lançadoras de mísseis para proteger os seus novos campos de exploração de gás natural situados a 90 km de Haifa denominados Tamara e Leviatan, cujas reservas devem ser da ordem de quase 700 mil milhões de metros cúbicos de gás. Consta que o parlamento federal alemão reuniu secretamente para dar a aprovação à venda, sendo possível que os alemães venham a oferecer um dos navios como fizeram com os seis submarinos fornecidos a Israel dos quais dois foram oferecidos.

Esta descoberta de gás iniciada em 2009 pode tornar Israel independente em termos energéticos dado permitir a produção de energia elétrica e, mesmo, gasolinas sintetizadas a partir do gás natural, além de permitir a exportação para Chipre com o qual já há um contrato e, eventualmente, para a Jordânia, Turquia e Grécia. O Líbano e a faixa de Gaza pretendem ter uma participação na exploração do referido gás por considerardem que uma parte vem da sua plataforma continental.

 

Isreal é hoje um país extremamente rico devido às exportações de material de defesa e produtos da indústria inteligente, principalmente eletrónicos e está com a vantagem de os seus principais inimigos, Síria, Egito, Iraque, etc. se entreterem a matarem-se entre si, estando agora desprovidos de qualquer poder militar.

 

Mesmo assim, um campo marítimo de gás necessita de uma proteção constante contra eventuais ataques terroristas e daí a necessidade de um reforço naval.

                                                                                  



publicado por DD às 22:55
link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito

O Irão quer ceder ilhas ocupadas perto do Estreito de Ormuz. Será verdade?

 

 

O Estreito de Ormuz não é apenas uma artéria fundamental mas uma verdadeira aorta, pois pelo estreito passam 17 milhões de toneladas de petróleo por dia que representam quase 18% da produção mundial. As economias do Japão e da Coreia do Sul dependem em cerca de dois terços desse petróleo transportado em gigantescos petroleiros e a da China em quase metade. Do ponto de vista geológico, o estreito é a linha de colisão de duas placas tectónicas, a placa árabe trepa para cima da placa euroasiática que fez elevar os montes Fudchaira e ascender mais para a superfície as jazidas com imensas reservas de petróleo que fazem a riqueza da região e produziram muitas tensões, incluindo confrontos bélicos.

 

O Irão xiita tem sido desde a queda do Xá da Pérsia uma fonte de conflitualidade, enquanto os emiratos sunitas de juntaram numa Federação em 1971 e mantêm boas relações coma Arábia Saudita, o Oman e outras nações árabes, apesar das fronteiras terem sido delimitadas sem consideração por populações essencialmente nómadas e seguindo mais as tradições tribais. De qualquer modo, os sunitas nunca lutaram entre si e o receio de um Irão com uma tradição milenária de construção de impérios mantêm-se continuamente como um prolongamento da própria história.

 

Quarenta e oito horas antes da formação dos Emiratos Árabes Unidos em 1971, a Pérsia do Xá ocupou um conjunto de pequenas ilhas no Golfo Pérsico ou Arábico muito perto do Estreito de Ormuz, portanto com um importante valor estratégico. São a ilha de Musa as duas Grande Tunb e Pequena Tunb. Agora, o Irão pretende devolver as duas Tunb aos emiratos, ficando eventualmente com a Abu Musa que no passado era administrada em conjunto pelo Irão e pelo Emirato de Sharja, mas também pretende a autorização do Oman para ocupar militarmente os montes a Abu Musa da Península de Musandam que forma uma ponta aguçada sobre o Estreito de Ormuz com grande valor militar porque daria ao Irão as duas margens do Estreito. Em compensação o Irão iria fornecer ao Oman gás e petróleo gratuitamente, já que este Estado é o único que não possui muitas riquezas petrolíferas. Curiosamente, o território da referida península não está ligado fisicamente ao Oman porque entre há um espaço dos Emiratos Árabes Unidos a separam os dois territórios e não parece ser motivo de tensão.

 

Segundo o jornal “Defense News International”, as negociações têm sido secretas. O Irão pretende manter na sua posse os direitos de exploração da plataforma continental em torno das referidas ilhas, retirando todas as suas forças militares, dizendo-se que já estariam a demolir abrigos antiaéreos. A embaixada do Irão no Abu Dhabi nega o fato, mas qualquer decisão do atual presidente do Irão e do seu governo teria de ser aprovada pelo Ayatola Kommeni, filho do falecido Ayatola e fundador da República Islâmica que se tornou n uma espécie de monarquia religiosa com um presidente e um líder supremo hereditário que terá sempre a última palavra sobre qualquer assunto importante.

 

Depois do acordo P5+1 em que o Irão se comprometeu a não fabricar bombas nucleares, as sanções têm sido levantadas e as exportações petrolíferas do Irão começam a atingir o seu máximo, dado que o País necessita de modernizar a sua economia e o presidente percebeu que o poder nuclear não contribui em nada para evitar o desemprego.

 

O Irão poderia bloquear o Estreito de Ormuz numa situação de conflito porque possui mísseis e minas suficientes, além de minissubmarinos e diversas vedetas rápidas lançadoras de mísseis. Mas, não ganhava nada porque as suas instalações petrolíferas poderiam ser destruídas e na região todos perdiam.



publicado por DD às 00:20
link do post | comentar | favorito

mais sobre mim
pesquisar
 
Setembro 2021
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4

5
6
7
8
9
10
11

12
13
14
15
16
17
18

20
21
22
23
24
25

26
27
28
29
30


posts recentes

Brasileiros Enganados

...

Áustrália precisa de Diss...

Como os Americano com a L...

Ataque no Golfo de Oman

O Processo dos Submarinos

O Orgulho da Marinha é af...

Portugal Constrói o seu P...

Navio "Atlântida" proporc...

Coreia: Desencontros mili...

arquivos

Setembro 2021

Junho 2019

Maio 2018

Abril 2018

Outubro 2017

Maio 2017

Abril 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Setembro 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Agosto 2015

Dezembro 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Agosto 2013

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Outubro 2011

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Julho 2009

Junho 2009

Abril 2009

Março 2009

Dezembro 2008

Agosto 2008

Junho 2008

Abril 2008

Fevereiro 2008

Dezembro 2007

Junho 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Outubro 2006

Setembro 2006

Março 2006

Fevereiro 2006

Janeiro 2006

Novembro 2005

Outubro 2005

Setembro 2005

tags

1900 - ano de paz

1904: guerra russo-japonesa

ártico

ataque a petroleiros

batalha da jutlândia

batalha das falklands

batalha de midway

batalha de tsushima

batalha do atlântico

batalha do mar amarelo

batalha naval na selva

bluecher

brasil

canhão e couraça

corrupção

couraçado lion

couraçado petropavlotch

couraçado queen elizabeth

couraçado scharnhorst

cruzador de batalha derflinger

cruzador vasco da gama

dieter dellinger

dieter dellinger - arquitetura naval

dieter dellinger - envc

dieter dellinger - história náutica

dieter dellinger - motores navais

dreadnought

golfo de oman

guerra

guerra da coreia

guerra no mar

guerra russo-japonesa

guerra submarina

i guerra mundial

i. guerra mundial

i.guerra mundial

israel

kamikazes

marinha

nau

navios

paulo portas

petróleo iraniano

revista de marinha

revista de marinha - dieter dellinger

revista do mar

seydlitz

shipping

submarino borei

submarino gymnote

submarino nuclear

submarinos

submarinos u209pn

torpedo e submarino

u-9

world explorer.

todas as tags

links
blogs SAPO
subscrever feeds