O Königsberg foi outro dos cruzadores alemães que navegou como corsário nas águas do Índico. Fazia parte da mesma classe que o Emden, estando também armado com 10 peças de 105 mm de tiro rápido.
Quando eclodiu o conflito mundial, estava ao largo da costa oriental africana. Não foi tão famoso como o Emden pois teve uma vida de acção relativamente curta, apesar de ter conseguido também afundar alguns navios mercantes britânicos, além do cruzador Pegasus de 2.135 t., armado com 8 peças de 102 mm, apanhado de surpresa ancorado ao largo de Zanzibar.
O cruzador alemão começa a disparar a 7.500 metros de distância, quando os canhões do velho navio britânico não atingiam alvos a mais de seis mil metros. No combate e no bombardeamento da estação local de TSF, o Königsberg gasta trezentas insubstituíveis granadas, além de muito carvão, pelo que procurou refúgio para lá da ilha de Chumbe, passando por um estreito, de cuja costa os ingleses observavam. Para não ser perseguido por unidades superiores da marinha britânica, o Königsberg larga velhos tambores de óleo com areia à vista de toda a gente que acreditou tratarem-se de minas.
Como os britânicos não possuíam naquelas paragens caça-minas não se atreveram a passar por aquele estreito durante toda a guerra. As máquinas do Königsberg estavam bastante gastas; seis caldeiras tinham os tubos furados, o ebulidor já não vedava e havia fugas na válvula do colector de alta pressão. O navio só muito a custo podia ainda dar uns quinze nós, pelo que foi procurar refúgio no delta pantanoso do Rufigi, rodeado de florestas, a uns cem quilómetros ao norte de Dar-es-Salam.
Aí travou um combate naval na floresta contra os cruzadores britânicos Hyacinth, Weymouth, Pioneer e Pyramus, além do paquete porta-aviões Kinfauns-Castle e os paquetes armados Laurentie e Laconia e os dois monitores Mersey e Severn e uma série de navios patrulha. Tudo sem saberem que o navio alemão não estava em condições de travar muita luta no mar, nem tinha munições em quantidade suficiente.
Mesmo assim, o combate durou semanas. Apoiados pelo fogo dos cruzadores e conduzidos pelos sinais dados pelos aviões, os dois pequenos monitores de rio de 1200 toneladas, armados com duas peças de 150 mm e dois obuses de 120 mm em escudos blindados, entram no delta até chegarem a uma posição de onde poderiam atingir o Königsberg. Facilmente, julgavam os ingleses, mas a resposta artilheira do cruzador alemão, guiada por vigias escondidos na floresta não se fez esperar e, apesar da falta de munições, o tiro alemão fez grandes estragos, mas não conseguiu impedir a destruição do cruzador, fechado como estava num rio e observado do ar por aviões que regulavam o tiro dos monitores. A sua guarnição continuou apeada a luta naquela imensa e paupérrima colónia alemã que dava pelo nome de África Oriental Alemã e hoje é a Tanzânia.
Com o fim dos cruzadores ligeiros Königsberg, Emden e Dresden e, portanto, depois da derrota do esquadrão de Von Spee nas Falkland, os alemães ficaram só com alguns navios mercantes armados que fizeram guerra de corso ao longo dos quatro anos que durou o conflito com efeitos mais psicológicos que materiais. Só a arma submarina é que chegou a provocar danos verdadeiramente importantes no tráfego marítimo dos aliados, mas mesmo assim, depois de 1916, quando a sorte do conflito dependia tão-somente do número de milhões de jovens soldados que deveriam morrer nas trincheiras.
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