Setenta grandes navios porta contentores estão parados frente aos mais diversos portos do Mundo com meio milhão de contentores com mercadoria sul-coreana e chinesa no valor de 12,4 mil milhões de euros. São contentores com material Samsung e LG e muita coisa mais destinado principalmente às vendas de Natal nos EUA, Canadá, países da União Europeia, etc.
Está em curso uma das maiores falências do Mundo capitalista de sempre. O armador sul-coreano Hanjin Shipping está literalmente falido com uma dívida superior a 5,5 mil milhões de dólares e é o terceiro ou quarto maior do Mundo. O segundo armador sul coreano, a Hyunday Merchant Marine, também está próximo da insolvência com dívidas de 4,8 mil milhões de dólares ao qual se associa a empresa de aviação sul coreana “Corean Airline” e o banco do grupo mais, eventualmente, as fábricas de automóveis Hyunday, a não ser que seja tudo desagregado da holding e aceite pelos tribunais.
Os navios da Hanjin estão parados porque o armador tem medo de que sejam arrestados pelos tribunais dos diversos países e porque alguns portos não aceitam a descarga dos navios. Apenas os tribunais dos EUA permitiram que descarreguem os contentores com material destinado ao mercado norte-americano na base que o não descarregamento acarreta graves prejuízos a terceiros. Claro que outra razão é que nos capitais das empresas coreanas, incluindo este armador, há fundos americanos que fazem parte do pequeno grupo de dez que controla metade da riqueza mundial.
As tripulações não recebem ordenado há meses e em muitos navios foi cortado o ar condicionado e a alimentação e água estão a ser racionadas por impossibilidade de compra nos portos.
A falência resulta de uma guerra de concorrência com os armadores chineses Cosco e outros financiados pelo Estado chinês, fazendo, como tal, fretes mais baratos. Por outro lado, o tráfego de mercadorias no Mundo global recuou para valores de 1998.
A Coreia do Sul tem feito um esforço titânico de exportação e os seus navios têm praticado preços abaixo do custo porque se torna difícil encher completamente qualquer gigantesco porta contentores. A Hanjin representa cerca de 3,5% do tráfego mundial, mas mais de 60% do comércio sul coreano.
Tanto a Hanjin como a Hyunday esperam que o Estado entre com os milhares de milhões para salvar as empresas que terão de vender muitos dos seus navios num mercado que está saturado, pelo que vão receber uma ninharia se conseguirem vender.
Está em curso uma crise mundial que pode provocar mudanças incalculáveis na Ásia e, consequentemente, na Europa e EUA porque está tudo interligado pelo gigantescos fundos mundiais de investimento.
Com a falência da Hanjin e quase insolvência da Hyunday Merchant, as restantes empresas armadoras de navios aumentaram já o custo dos seus fretes em cerca de 50%, pelo que o material chinês, sul coreano, japonês, indonésio, indiano, etc. ficará mais caro este Natal.
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